A escola que trás em sua faxada o titulo de "Escola Normal" e em sua fama o ditado que diz "que de normal não tem nada", agora conta com a minha presença diária nela.
E eu, claro, como autêntico e insuportável curioso, fui atrás de saber qual essa ANORMALIDADE toda que tantos falam que a escola tem e contradiz com sua faxada herdade do século passado. E não é que eu detectei mesmo? Descobri o que o EECA tem que não á permite fazer jus ao título! E vou te contar! Mas antes, vamos entender como fui parar ali...
Dessa vez eu não cometerei o erro de falar equivocadamente da nova escola em que estou estudando, como quando postei um texto aqui falando do Pedretti tendo apenas uma semana de vivência lá. Dessa vez, já é um mês e uma semana completos de uma rotina diária na Escola Estadual Cardoso de Almeida. Tempo o suficiente para observar, detectar e perceber muita coisa. Uma escola influente e famosa na cidade, talvez a mais famosa, algo que é inquestionável é o fato de ser a escola mais popular de Botucatu e a queridinha dos adolescentes. Não havia um colega das minhas turmas do Ensino Fundamental que não revelasse hora ou outra o seu desejo de estudar ali, isso se já não tivesse estudado. Todo mundo sempre tina um amigo ou uma amiga de lá e sempre quem estudasse lá era "TOP". Pré adolescência, rs...
Mas isso não vem da minha época não, viu? Muitas pessoas mais velhas já me contaram que, no passado, o EECA era a escola mais disputada da cidade, mais até que a ETEC!
Desbancava o La Salle! Sim, filhos de médicos e advogados lutavam para conseguir uma vaga ali. Muitos professores meus se formaram lá e falam com um orgulho saudosista, sempre recomendando-a. Porém, junto a essa boa fama, também ouvia MUITOS comentários ruins que alegavam haver anarquia e muita confusão ali. Um vídeos de duas alunas da escola brigando na frente dela caiu na NET e reforçou ainda mais a fama de escola ruim e igualaram ás outras estaduais que temos pela cidade. Eis o vídeo, horrível por sinal:
Ta, eu admito, dei risada assistindo. Mas se fosse um funcionário dessa escola, ao invés de rir, iria chorar de tanta vergonha. Micos como esse enfeiam a imagem da instituição e á deixam mal falada, como deixou.
Fui com essa ideia na cabeça, de que seria apenas um tapa buraco até conseguir uma escola particular. E, olha, corri atrás de todas as escolas particulares de Botucatu, até voltar pro Tyto Alba eu tentei! Eu sei que, se tivesse persistido mais, teria conseguido com êxito. Mas algo de inesperado aconteceu: eu me apaixonei pela escola! Logo nos primeiros dias eu me senti como na escola dos sonhos. Tudo o que eu vi no primeiro dia no Pedretti eu não vi em um mês no EECA! Mas não fui tirando conclusões precipitadas, deixei o tempo passar pra chegar em algum conceito concreto sobre.
O primeiro dia já dedurou uma forte característica dos estudantes de lá: chegar e ir embora na mesma hora, caso o número de alunos seja reduzido. E de fato, no dia anterior havia acontecido o show do Gustavo Lima na cidade, a galera estava de ressaca, se eu tivesse ido no show também não iria pra escola não, rs. Cheguei e fui embora com a minha amiga da qual eu ia junto todos os dias pra escola, Andreza Dias.
Sim, a mesma que também saiu da ETEC e foi pro Pedretti junto comigo, foi pro EECA também! E olha que eu nem sabia, só fui ficar sabendo que ela também está lá um dia antes de fazer a mudança! Foi muito engraçado quando descobrimos que mudamos juntos de novo e pelos mesmos motivos e pro mesmo destino! Companheiros de divação é assim, mesmo quando se separam, o destino une de novo! Bjs recalque. (rs).
Nos dias seguintes, aula normal em todos, tive a constante alegria de reencontrar bastante gente conhecida da qual não via á tempos! Gente que estudou comigo na pré escola, no fundamental, no ensino médio, gente que conheci em outras ocasiões, enfim, muita alegria em reencontrar várias pessoas! No intervalo eu tinha companhia sempre, mas na sala de aula eu já ficava mais isolado. Já havia me entrosado com umas meninas, como a ANA e a Camila, mas não tinha assunto sempre. Aproveitava pra ficar observando.
Claro, se não tivesse os constantes passeios pelos corredores não seria eu. E bate papo com as "tias", os prof's, a coordenação, etc. O tempo foi passando e naturalmente fui me enturmando, me adaptando, me soltando. Até um debate sobre o preconceito para com cotistas em uma palestra sobre faculdade para os terceiros anos eu puxei, rs. Esse debate foi o start pra finalmente achar a minha turma ali: a "turma do fundão"! O Belo, a Ana, o Gabriel, a Lauren, o Pedro, o Adrian (Norbertinho), o João, enfim, turma que me acolheu de braços abertos e adotaram pra dividir risadas e estudos. E quantas risadas! Ainda não tiramos fotos juntos, quando tirar prometo que posto, mas olha como esses insuportáveis me deixam:
Essas fotos que tiram da gente sem a gente saber são o que mais denunciam os amigos sacanas! Rs.
Já se passou um mês e uma semana de vivência no EECA. E em todo esse tempo de percepções, observações e analises, eu descobri qual a anormalidade que essa escola possui e a faz contradizer com sua faixada. Para chegar nela, eu baseei minha pesquisa em importantes tópicos que se devem levantar para saber da real situação que se encontra um lugar. Vamos á eles:
- A direção e a ordem.
Já percebi a agilidade da diretora quando fui fazer o pedido de transferência. Eu cheguei a falei que gostaria de fazer e ela acionou as funcionárias responsáveis e pronto. Pá, pum! Direta e reta, do jeito que eu gosto! No decorrer do tempo eu fui percebendo que ela é muito respeitada entre os alunos e funcionários e muito competente na tarefa de botar ordem na escola. Ocorreu uma infração no dia 15/05 lá que repercutiu na cidade toda, em que um aluno de 15 anos botou fogo na classe sem querer. Não foi um incêndio, mas dizem que fez fumaça e uma menina passou mal. Nos jornais dizem que foi um Deus nos acuda, mas eu que estava lá no dia, em minha sala de aula não tão distante da sala em que ocorreu o fato, sinceramente, não vi nada disso. O cheiro sequer chegou no corredor e eu só fiquei sabendo porque uns alunos comentaram. Eu até sai pra fora da sala pra ver como estava, mas não vi nada além de adolescentes nos corredores conversando. Na saída vi dois policiais conversando com a diretora. Pronto, só isso. Não teve correria, gritos e pânico como muitos dizem. Foi tudo controlado e acalmado como deve ser e os alunos devidamente punidos. Isso foi o que mais me encantou na direção: eles punem os alunos infratores na exata medida que pede o que eles cometem. Coisa que na escola anterior que eu estudava não há. Só isso dá uma diferença enorme na questão segurança e qualidade. Enquanto na outra quem comanda são os alunos e a anarquia reina, nessa nós podemos suspirar de tranquilidade, de fato focar nos estudos e sentir-nos dentro de uma verdadeira ESCOLA e não em uma CADEIA.
Essa diretora soube restabelecer a ordem nessa escola! Digo isso porque, segundo muitos relatos de conhecidos meus que estudaram ali na época em que era outra diretora, a escola era uma verdadeira ZONA antes. A atual entrou em 2013 para substituir uma que eu não cheguei a conhecer mas quem conheceu garante que ela foi a responsável pela péssima fama de escola violenta e desordenada que caiu sobre o EECA nos anos anteriores. Dizem que ela era zombada pelos alunos e até memso por funcionários, que não fazia NADA pra por ordem na escola, não punia infratores e já foi até fotografada dormindo no sofá da direção! É bem verdade que a partir de 2013 essa escola deixou de ser tão mal falada e voltou a ser bem recomendada. E agora posso confirmar o que já havia ouvido antes, a melhora do EECA se deve a diretora que atualmente está lá! Essa soube restaurar a ordem! Poderia ensinar certo diretor de certa escola estadual que eu estudei por aí, está precisando de uns conselhos! Rs.
- Os professores
Os professores são exatamente o que a gente espera de qualquer professor: sempre cansado mas sempre no pique. Não condensam as aulas, muito pelo contrário, estão sempre preocupados em nos passar o melhor conteúdo e preparar-nos para o Vestibular, não os vejo reclamando de desânimo ou desrespeito. Claro que as vezes rola um estresse, nós alunos acabamos nos empolgando na conversa e os professores tem que chamar a atenção, mas nada anormal como se era de costume presenciar na outra escola. Cada um com sua personalidade e características diferentes, os mestres prestam um apoio e carinho com os alunos que dá até gosto de fazer lição. Mesmo que seja aquelas lousas enormes da Maria do Carmo (rs). Mesmo que sejam aquelas contas loucas do Hassam ou pinturas malucas da Alice (que acabou de formar em Artes Cênicas, parabéns!!), os exercicios doídos da Prof de Ed. Física (amooo), enfim, são os típicos professores brasileiros: apesar dos PESARES, tá todo dia ali no batente dando o seu melhor e assim nos ajudando a sermos melhores.
Só um defeito que não se restringe á essa escola, ams á toda rede pública de ensino: sempre tem algum professor que falta e vem algum pra substituir ou então ficamos em aula vaga. Isso ocorre umas três vezes por semana. Tem professor substituto que parece fixo de tanto que substitui. Mas a qualidade da aula não cai. Tem uma característica dos professores que me deixa nos nervos e as vezes faz ter ataque de risos: fazer tempestade em copos d'água. Vi diversas vezes alguns professores darem um vasto sermão indignado na sala pelos alunos simplesmente se excederem um pouco no falatório. Eu sei que isso é de tirar qualquer professor do sério, mas quando eles dizem que estão pelas tampas, que é um absurdo, uma falta de respeito e etc eu penso comigo: "Se ele acha isso inadmissível, espera só ir dar um dia de aula no PEDRETTI!"! Da vontade de falar pro mestre fazer essa experiência só pra parar de ver cabelo em ovo. Certos professores não sabem o céu em que estão dando aula e a sorte que tem de não estar num Pedretti da vida. Enquanto lá o professor sofre bullyng e até é agredido fisicamente, no EECA o respeito na relação aluno-mestre EXISTE! NÃO SÓ NA TEORIA, MAS NA PRÁTICA! O docente pede silencio e sala fica quieta! Aí entramos no outro tópico:
- Os alunos
Tem de tudo um pouco! E isso é bão demais, cara!!
Claro que é óbvio que uma escola de centro deve ter essa diversidade, já que vem gente de tudo quanto é canto da cidade. mas o legal é reparar o quanto essa diversidade faz a escola como um todo ter a mente mais aberta e o preconceito não ser tão agressivamente gritante como é no Pedretti, é cada um na sua! Cada um no seu grupinho, cada um no seu estilo, no seu canto, cada m com sua vida e sem se meter na do outro! Isso mostra quanto a maturidade também é maior nessa do que na outra escola, mesmo os alunos sendo todos da mesma faixa etária, a diferença é que ali, de tanta gente, se fosse dilatar o preconceito seria um inferno. Acho também que por isso que meu impacto foi tão grande no Pedretti, quando estudava na ETEC estava acostumado á todo dia conversar com novas pessoas, vindas de vários lugares e cidades diferentes. De repente vou prum lugar onde é todo mundo do mesmo bairro, todo mundo acomodado e na mesma zona de conforto, quase criando ferrugem de tanto viver na mesmice.
ATENÇÃO: em nenhum momento estou desdenhando do Pedretti aqui, não me arrependo de nem um segundo de vivência que tive lá, mas a comparação é inevitável. São duas escolas estaduais que abrigam a mesma faixa etária de alunos, os mesmos períodos e dependem do mesmo sistema. E ao mesmo tempo estão á milhas de distância no quesito qualidade. Qualidade de ensino, de ordem, de pessoas, de TUDO!
- O Preconceito
Não vi. Sério. Nem com negro, nem com gay, nem com gordo, nem com nada. Bom, eu tenho uma consciência do que é preconceito, baseada nas vivências que tive com ele em minha vida, e segundo ela, nesse um mês e uma semana eu não detectei nenhuma expressão clara de real preconceito nessa escola. Até hoje. Mas isso eu digo tendo em vista a escola como um todo, já numa área mais restrita, como na minha sala de aula, muda um pouquinho de figura. A sala ali é dividida em panelinhas, como toda sala geralmente é. Só há um grupo do qual até hoje eu não tive nenhum tipo de relação, que um grupinho formado só por sexos masculinos. Amigas e colegas da sala vieram me falar que eles se dizem preconceituosos. Eu, Jorge Drew Fernando Alves Pinheiro Frigatto, em minha experiência de vida e observações que fiz nesse um mês e uma semana de vivência diária ali, pude chegar á uma conclusão sobre os ditos preconceituosos: não são. SE DIZER algo e realmente SER são duas coisas completamente diferentes. Quem é mesmo, não fica dizendo que é porque não precisa. Isso é coisa de quem quer ser mas não consegue ou acha que é por pura desinformação. Eu já lhe dei com um preconceituoso DE VERDADE e não foram poucas vezes, sei muito bem detectar um á milhas de distância. Sou macaco véio nesse quesito. Então posso dizer com toda certeza que esses meninos da minha sala que se dizem preconceituosos, na verdade, não são. Eles apenas não conhecem o ser humano, não entendem que nem todos os meninos acham que precisam ser devassos, gostar de rap ou sertanejo, ter como meta de vida um carro ou uma moto e ter no circulo de amizades mais meninas que meninos. Eles são apenas desinformados. O ser humano PRECONCEITUOSO de verdade é aquele que entende que o DIFERENTE é NORMAL, com direitos e deveres como qualquer outro, que tem sentimentos e família e é também um filho amado de Deus. E mesmo assim, tendo a consciência de tudo isso, ele agride e faz apologia ao ódio contra esse, pelo simples prazer de humilhar, de massacrar, de odiar.
Eu posso entender o que é um preconceituoso, mas entender ele está longe, muito longe, das minhas faculdades mentais.
- O Ambiente
Sobre a higiene, estrutura e estética da escola, está tudo aprovado. Principalmente por ser uma escola muito antiga, muito antiga mesmo! Com aquela arquitetura belíssima que o prédio trás desde os tempos em que foi um Convento, tudo muito bonito e confortável. Tem um subterrâneo que é muito sinistro, no sentido "da hora" da palavra, rs, mas tudo muito limpo e bem cuidado. Nada depredado, nada de comida e embalagens de produtos jogadas aos montes pelo pátio, nada disso. Pelo menos no período da Manhã. As dias da limpeza, da merenda e inspetoras são umas fofas e estão de parabéns quanto á execução de suas funções. São muito simpáticas e cuidadosas com nós alunos. Uma coisa linda dessa escola é que todos repeitam a regra que nenhuma outra escola estadual da cidade respeita: usar o uniforme diariamente. Se não estiver de uniforme, não entra. As "tias" são rígidas nesse assunto, até se algum aluno vem com uma calça que não é a da escola, elas pegam no estoque alguma bermuda do uniforme e o fazem usar ela por cima de sua calça até dar o horário de ir embora. É muito engraçado e comum ver os meninos andando assim pela escola. Eu acho muito digno usar o uniforme e é até uma questão de inteligência né, pois isso não fará bem apenas á imagem da escola, mas também nos ajudará á economizar nossas roupas! No Pedretti os alunos aparece 7h da manhã vestidos como quem vai pra balada, pra Ópera ou pro baile funk. Lá tem essa regra de usar o uniforme, mas como todas as outras regras de lá, não é dada a mínima importância. meus parabéns ás inspetoras do EECA, essas sim sabem dar atenção ao que realmente é importante pra escola, não priorizam bobagens como implicar com o aluno por ele escovar os dentes na escola. E fora que o uniforme é LINDO! Eu adoro!!
Depois dessas observações, podemos juntos chegar á conclusão que responderá a pergunta: Qual a anormalidade que muitos acusam essa escola de ter e que contradiz com a faixada herdade do século XX, na qual diz "Escola Normal"? Que anormalidade é essa que faz tantos e tantos repetirem a frase "Que de normal nada tem!".
A anormalidade do EECA está no fato dessa escola ser exatamente o que se deve esperar de uma instituição de ensino normal. Mas não o normal que se estabilizou em todas as outras escolas públicas da cidade, onde predomina a cultura da desvalorização do ensino e glorificação da violência, desse "normal" o EECA passa reto. O normal do EECA é ser uma escola perfeitamente confortável e recomendável. Dá até pra comparar com escola particular ou técnica. E é esse normal dela que á torna anormal diante as outras escolas de Botucatu: ela foge do padrão de ser "escola-cadeia" pra ser ESCOLA, e nada mais. A anormalidade do EECA é ela ser perfeitamente normal num tempo e numa cidade onde nenhuma escola mais é normal, desde que falemos das instituições públicas. Se isso se deve á atual diretora ou algum outro fator, eu não sei, só entrei esse ano ali, mas posso garantir outro fator que á faz ser "anormal": a gente acorda 6h da matina com vontade de ir pra lá! É a primeira escola em que eu não torço pra hora da saída chegar logo e acordo no pique pra ir! Mesmo chegando atrasado quase todo dia, rs, juro que acordo numa vontade de ir que impressiona.
ATENÇÃO: tudo o que eu disse, foi com base nas vivências que eu tive nessa escola apenas nos períodos dde manhã! Nunca estudie á noite ou a tarde ali, então não disse e nem direi nada sobre esses períodos. Só sei que de manhã é assim:
Sem violencia, desrespeito ou bullyng, essa escola colhe os louros de ser a mais popular da cidade, sendo vítima sempre de exageros da boca do povo, nunca fugirá do ditado: "Escola normal que de normal nada tem."
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JrorgeDrew&Você!
O blog que tem cada vez mais a sua cara ;-)





